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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Resenha - Como Falar Com Um Viúvo

Como Falar Com Um Viúvo, de Jonathan Tropper foi mais um daqueles livros que comprei por causa da capa (e também pelo ótimo preço que paguei, em uma das promoções deliciosas da Saraiva). Ele ficou uns longos meses na minha estante e essa semana resolvi tirá-lo da fila de espera.

Logo me identifiquei com o personagem principal, o viúvo em questão. Doug tem 29 anos, duas irmãs, um pai doente mental, uma mãe ex-quase estrela de Hollywood e um enteado problemático que, desde que perdeu a mãe, tem como passatempo preferido arrumar encrenca. Ele escreve artigos para ganhar a vida e tem conseguido bastante visibilidade desde que começou a falar sobre como se sente após a morte da mulher, Hayley, em um acidente de avião. Nem preciso dizer que minha estrutura familiar e profissional é bem diferente disso tudo. Na verdade, o que fez eu me identificar com Doug é o modo como ele lida com a dor da perda.

Apesar de não fazer meu estilo bancar a vítima, quantas não foram as vezes que me peguei me "torturando com a tarefa de puxar lembranças aleatórias da minha mente como fósforos de uma cartela, riscando um de cada vez e lentamente ateando fogo a mim mesmo"?

E Doug passa quase o livro inteiro se sentindo triste e se culpando por estar triste e ficando triste por se culpar por algo que, aparentemente, está fora do seu alcance. Eu diria para ele ficar sossegado, porque deve ser algo intrínseco ao ser humano essa coisa de se torturar com o passado e só ficar satisfeito quando finalmente as lágrimas escapam dos olhos e fazem seu caminho até o chão. Doug se agarra a um sentimento de incompletude, como se isso fosse o último resquício do que sobrou de Hayley em sua vida.

Tudo passa, mas às vezes a gente não quer que passe e eu já escrevi sobre isso aqui no blog. O personagem principal, assim como muitos de nós, prende-se aos bons momentos, lutando contra aquelas brechas que o fazem enxergar que ainda é possível ser feliz, apesar de tudo. Chega a ser patética sua luta para ignorar o fato de que o resto da vida está bem a sua frente, esperando apenas que ele tome a decisão de vivê-la. "Você quer seguir em frente, mas para isso é preciso deixá-la para trás, e você não quer deixá-la para trás, por isso não segue em frente".

Apesar da atitude muitas vezes autodestrutiva de Doug, o livro passa longe de se limitar a um extenso lamento sobre a dura vida de um viúvo. Outros personagens se destacam e dão um tom divertido à trama. Os últimos capítulos são surpreendentes e o final, apesar de inconclusivo, deixa em aberto diversas possibilidades de imaginar o resto da história, o que eu adorei. 

Cheguei à conclusão de que já me senti um pouco viúva. Mas, como diria Doug, "somos jovens, esbeltos, tristes e bonitos e tudo pode acontecer".



terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

The promised ones

*Esse post é uma resenha do show do Blessthefall, que aconteceu dia 1° de fevereiro, na Clash Club.

Gostaria de começar dizendo que a pessoa tem que amar MUITO uma banda para sair de casa naquele calor infernal do sábado e ver um show que teve, no máximo, uma hora de duração (foi bem menos), num lugar quente e cheio de gente muito, mas muito suada.

Dito isso, vamos ao que interessa: eu não gostei do último álbum lançado pela banda, Hollow Bodies. Para mim, eles soam como todos esses grupos de metalcore que fazem sucesso pela America do Norte e invadiram a Warped Tour nos últimos anos (como The Devil Wears Prada, We Came As Romans e Of Mice & Men, só para citar algumas). As mesmas linhas de guitarra, os mesmos breakdowns, os mesmos gritos dominando todas as canções.

Na minha opinião, o Blessthefall se destacava dessas outras bandas por dois motivos: 1 - a música deles não se resumia a um monte de gritos;  

2 - eles tinham linhas de guitarra diferentes e deliciosas de se ouvir (além dos breakdowns característicos desse gênero musical), daquelas que nem precisam do acompanhamento da voz para se tornarem marcantes.

Por algum motivo que eu desconheço, shows de bandas como o Blessthefall costumam durar muito pouco, normalmente uns 40 minutos. Sabendo disso, cheguei ao local com 0 expectativa, já que eles fariam um setlist baseado no álbum que eu não gostei e tocariam só umas quatro músicas que eu realmente gosto.

E não foi muito diferente do que pensei. Eles começaram enfiando goela abaixo duas músicas do "Hollow Bodies": You wear a crown but you're no king e Exodus. Em seguida, mandaram duas do álbum anterior, "Awakening": The reign e Bottomfeeder. Em um dos pontos altos para mim, tocaram 2.0 e What's left of me, ambas do Witness, primeiro trabalho deles com o Beau no vocal (e meu favorito).

O show seguiu com mais duas novas, Carry on e Hollow bodies, depois um momento nostalgia, quando tocaram Guys like you make us look bad, lembrando o primeiro álbum do grupo (há três anos eles tocam essa mesma música, tá na hora de trocar). O show foi fechado com YoungbloodszZzZz.

Depois de um intervalo rápido, eles voltaram para o Bis e tocaram três músicas que adoro: Awakening, Promised ones e - o ponto alto da apresentação (pelo menos para mim hehe) - Hey baby, here's that song you wanted. Impossível não gritar a plenos pulmões essa música que muito conheço e tanto admiro!

Na verdade, o balanço geral foi até melhor do que eu imaginava: oito músicas dos álbuns anteriores, em um setlist de 13 canções. Além disso, encerraram com uma das minhas favoritas! Talvez eu tivesse aproveitado mais se a casa de shows não parecesse uma filial do inferno fosse um pouquinho mais paciente e tivesse dado uma vigésima segunda chance para o novo cd.

No fundo, acho que eu só queria um show inteirinho baseado no álbum Witness. Poderia ser acústico. Até emprestaria minha casa, minha cama, minha... bom, melhor deixar quieto!

*Gostaria de agradecer ao Gilberto. Se não fosse ele, eu não teria ido ao show e, consequentemente, não poderia gongar uma das minhas bandas favoritas nessa resenha. Obrigada!!!

*Não cheguei a tempo do outro show que rolou no mesmo dia, do The Word Alive, mas já sei que não gosto das músicas deles e os integrantes são todos gatinhos/ comprometidos. #cilada


*Não consegui tirar boas  fotos e só gravei uns dois vídeos bem ruins :(

Foto por Tiago Vendetta

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