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terça-feira, 15 de abril de 2014

Los Angeles de Sonhos e Surtos

Uma época difícil prazinimiga

7 de abril de 2013. Era cedo e eu suava frio. Não é todo dia que você pega o primeiro avião da vida para uma viagem de 16 horas, duas escalas e nenhuma companhia. Passar pela imigração, encontrar na esteira e arrastar duas malas pesadas e nada práticas comigo, descobrir que o wi-fi do aeroporto não funcionava no meu celular e que tinha esquecido os papeis da reserva do shuttle que me levaria para casa foi só o - difícil - começo.

Depois dessa semi-aventura inicial, conseguir chegar ao meu destino, poder contar com a boa vontade de um vizinho que solicitamente abriu as portas do condomínio para mim, encontrar sem muitas dificuldades a porta certa naquele complexo de apartamentos enorme... tudo isso foi um grande alivio e uma premissa de que não seria fácil, porém seria divertido!

Como eu sempre tive muitos medos, viajar nunca foi meu objetivo principal. Por esse motivo, eu diria que morar em Los Angeles foi, mais do que um sonho se tornando realidade, uma sucessão de medos vencidos e quebras de barreiras. Minha aventura, com data marcada para terminar em um mês, acabou durando três e isso me deu a oportunidade de, aí sim, realizar um verdadeiro sonho: ir à Warped Tour! Foram quatro datas, muitos shows, lanches de queijo, litros de água e quilos de maquiagem borrada.

Comi nos principais restaurantes e comprei nas lojas mais famosas da cidade, mas também pude ir a lugares menos conhecidos pelos turistas, como o restaurante Saddle Ranch e a loja de discos Headline Records, que acabaram se tornando meus achados favoritos.

Los Angeles é a cidade dos sonhos e a vida nunca foi fácil para os sonhadores. Talvez por isso, alguns perdem o rumo, esquecem as raízes, tornam-se frios e egoístas. Não se engane, a cidade dos anjos não tem nada de angelical. Ela é dura, complicada e intensa, porém apaixonante. E cada rosto, cada história, cada noite é única.  

O que a viagem me ensinou? A sonhar grande, sonhar alto, mas procurar manter os pés no chão. E que dias ruins vão existir sempre, por isso é preciso aprender com os acertos e erros para ser feliz. A vida só vale a pena quando a gente vive de verdade.

*Esse post é para relembrar minha viagem a Los Angeles, que fez um ano semana passada #sddsLA Obviamente, Jared Leto e cia conseguiram traduzir o espírito da cidade muito melhor do que eu no curta abaixo:



quarta-feira, 9 de abril de 2014

Obrigada!

Algumas pessoas fazem uma diferença silenciosa na nossa vida, você já reparou? Eu, particularmente, nunca tinha prestado atenção. Foi em algum momento entre a febre alta - sintoma da dengue - e o like inesperado - porém corriqueiro - na minha foto de doente que eu me dei conta. 

Muitos meses depois do nosso último contato, aquele que curtiu a minha #selfie dengosa demonstrou com um clique que ainda lembra de mim. E não foi a primeira vez. E não é o tipo de pessoa que curte compulsivamente qualquer foto de mulher da timeline. É o tipo de pessoa que lê meus posts, sejam eles políticos, pessoais ou apenas fotos despretensiosas, e curte algumas coisas, quando gosta ou se interessa pelo assunto.

Por que isso teve tanta importância para mim? Porque percebi que não fiz por merecer sua consideração. Muitas vezes me peguei evitando cumprimentá-la. Outras, passava pela sala com pressa e nunca sentava para uma conversa mais extensa.

Eu não fazia essas coisas por maldade, tampouco tinha alguma coisa contra essa pessoa. Porém, minha timidez acabava vencendo. Eu me sentia envergonhada, achava que nunca conseguiria criar um grau de intimidade suficiente para me sentir a vontade em sua presença. Hoje eu vejo que isso era uma grande besteira.

Enquanto eu abaixava a cabeça, cumprimentava em voz baixa e fazia um esforço enorme para não ser notada, aquela pessoa continuava a gostar de mim e me respeitar simplesmente por quem eu sou. Quando me dei conta disso, logo me vieram à cabeça outras pessoas que fizeram uma pequena diferença no meu dia a dia e, até então, eu não tinha notado.

Eu tive muita vontade de escrever um e-mail, uma carta ou mesmo uma mensagem no Facebook para mostrar que me importo e agradecer os anos de dedicação praticamente muda, mas achei que não teria mais sentido agora que estamos tão distantes; agora que há outra pessoa para passar silenciosamente pela sala e participar dos almoços da família.  

A maior lição disso tudo foi ter aprendido a importância de perceber e valorizar as pessoas que gostam de mim, e o que me resta é torcer para que esse texto chegue em quem interessa. Enquanto isso, eu entrego, confio, aceito e agradeço o que vier. Quem vier.


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